Milhares de pessoas estão
reunidas neste momento na Avenida Paulista, em São Paulo, em um ato que pede o
impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os ativistas e líderes do evento,
contudo, estão divididos sobre uma bandeira polêmica: a defesa de uma intervenção
militar para "tirar o PT do poder".
Dos quatro carros de som de
diferentes grupos presentes em frente ao Masp, apenas um defende abertamente a
ação dos militares.
"Não é o momento de pedir
intervenção militar", disse ao Estado o deputado eleito por São Paulo Eduardo
Bolsonaro, um dos líderes mais celebrados do ato. Em um evento similar há duas
semanas, ele foi fotografado portando um revólver. Dessa vez ele garante que
está desarmado. "Tem gente armada por mim por aí", afirmou.
Uma mulher que se apresentou como
amiga do cantor Lobão, que liderou ao lado de Bolsonaro a passeata anterior,
procurou o carro de som do grupo "Revoltados Online" e afirmou que o
músico não viria se persistissem os gritos de guerra em defesa dos militares. Entre
discursos inflamados, os oradores puxaram o hino nacional e rezaram a Ave
Maria.
PSDB. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), que
foi candidato a vice na chapa de Aécio Neves, participou da passeata na
Avenida Paulista, mas preferi acompanhar o evento da rua em vez de subir
em um dos três carros de som do evento. "Há um exagero da imprensa em
relação a meia dúzia de gatos pingados que defendem a intervenção militar. É
evidente que sou contra e o PSDB também", disse Aloysio ao Estado.
Além do senador tucano, estiveram
presentes vários militantes da juventude do PSDB, alguns empunhando bandeiras
de Aécio Neves, e o vereador paulistano e deputado estadual eleito Coronel
Telhada (PSDB). Aloysio disse ainda que é contra o pedido de impeachment da
presidente Dilma Rousseff "neste momento". "O impeachment pode
vir a ser colocado dependendo da investigação. O que nós queremos é a
apuração", afirmou, referindo-se aos possíveis desdobramentos da Operação
Lava Jato da Polícia Federal.
Aloysio também criticou a entrevista
coletiva do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que neste sábado afirmou
que a oposição está usando politicamente o escândalo da Petrobrás a fim de
promover um "terceiro turno das eleições". "A declaração do
ministro foi lamentável", disse.
Divisão. A manifestação na Paulista reune, segundo a
Polícia Militar, 38 mil pessoas, e, segundo os organizadores, 50 mil. O grupo
se dispersou em três. O carro de som com os que defendem a intervenção militar
desceu a Brigadeiro Luís Antônio rumo à Assembleia Legislativa. O segundo
grupo, o mais volumoso, desceu a Brigadeiro no sentido centro até a Praça da
Sé. Um terceiro grupo permanece em frente ao vão do Masp.
Enquanto estavam reunidos na Avenida
Paulista, as três facções chegaram a fazer uma disputa para ver quem tinha o
som mais alto.
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